Aqui há uns tempos, a mãe da minha afilhada, colocou no Facebook dela, uma foto minha com a Benedita ao colo, com a seguinte descrição: Madrinha babadísima. Uma vez que ela colocou a minha identificação, automaticamente essa mesma foto apareceu no meu mural, com os respectivos comentários incluídos. Aparentemente, isto nada tem de extraordinário, não fosse o facto de ter provocado uma onda de curiosidade e indignação, para não dizer mesmo de choque, que honestamente me deixou de boca aberta.
Entre as várias reacções do mesmo género, houve duas pelo menos que me chocaram bastante, mas que ao mesmo tempo, me fizeram perceber que o mundo está realmente cheio de pessoas que se fazem passar por amigas, mas que na verdade, não passam de miseráveis invejosas que só querem é meter o nariz na vida dos outros e que só vivem felizes enquanto houver desgraça alheia.
A primeira fez-se chegar vinda de uma "amiga" dos tempos de escola, que tratou de me mandar uma mensagem privada, na qual, literalmente me descompôs de tudo e mais alguma coisa. Disse-me que eu era uma cínica, uma egoísta, pois como tinha tido eu a coragem, sendo nós amigas há tantos anos, de omitir que estava grávida. Que só soube da "boa nova", continuou ela, porque viu a minha foto com o bebé numa rede social e que isto era imperdoável, etc. etc. etc. Escusado será dizer, que fiquei de boca escancarada a olhar feita parva para aquilo, mas, não estando para me chatear, respondi-lhe apenas que assumia que ela soubesse ler, uma vez que estava explícito na foto que a miúda é minha afilhada.
Respondeu-me poucos minutos depois, desta vez para me pedir desculpa, onde aproveitou também para se lamentar até ao infinito e para desabafar a mágoa reprimida que tanto a atormentava. Estava a tentar engravidar há mais de um ano e até agora nada. Desejei-lhe a melhor sorte e nada mais.
No mesmo dia, já mais tarde, recebo outra mensagem semelhante, esta vinda de uma pessoa da minha família, que tem uma filha da minha idade e que tal como eu, está com o contador a zeros. À semelhança do sucedido anteriormente, também esta, me dá uma valente repreensão e me censura pelo facto de não ter dito nada à família, mas, diz ela em tom aparentemente magoado, que nada tem a ver com isso, pois afinal eu já era crescida e lá sabia da minha vida. Não satisfeita, dispara ainda que a miúda é muito parecida comigo (acreditem que só o é, mesmo no branco dos olhos), que me ficava muito bem e que de facto já ia sendo tempo... Enfim, um chorrilho de disparates.
Com esta, no entanto, já não me contive e fui bastante mais áspera, perguntando-lhe se ela (também) sabia ler e que se estava na hora para mim, também estava na hora para a filha dela, por isso, que se preocupasse com a sua vida e não com a minha.
Mais uma vez, veio um pedido de desculpas, ainda que reforçado com o clássico já está na hora, tudo se cria etc. etc. Entretanto, e como as conversas são como as cerejas, qual não é o meu espanto, quando fico esta semana a saber que a filha, à semelhança da outra, também anda há não sei quanto tempo a tentar engravidar e como não consegue, a mãe anda histérica de raiva.
Conclusão, tanto uma como outra, cada qual com as suas motivações, ao verem uma fotografia minha com um bebé ao colo, ficaram de tal formas cegas pela inveja, que não raciocinaram, não viram os comentários , descrição, nada. Viram apenas o que a cegueira as fez ver e falaram, impelidas pela raiva que sentiram, pois se ambas já tivessem o que tanto desejam, acreditem me falavam ou felicitavam tanto como fazem habitualmente, ou seja, nada.